Alunos da Escs apresentam projetos no 20º Congresso de Iniciação Científica do DF

79 trabalhos da Escola foram inscritos para avaliação de especialistas

Natalia Oliveira, da Fepecs

A semana foi de muita expectativa para os 135 alunos dos cursos de enfermagem e medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde (Escs), inscritos no 20º Congresso de Iniciação Científica do Distrito Federal. O evento, que teve início na última terça-feira (26), é muito aguardado pelos estudantes por ser considerado uma oportunidade de aprendizado e ampliação da rede de contatos.

Ao todo, 79 projetos da Escola foram submetidos à avaliação de docentes doutores, que puderam analisar os pôsteres dos alunos, questionar sobre a escolha dos temas abordados e sugerir melhorias em seus trabalhos. Todo senso crítico utilizado no momento da apreciação é para que, a partir dali, os estudantes comecem a trilhar um caminho de sucesso no mundo da pesquisa.

O coordenador de pesquisa e comunicação científica da Escs, Sérgio Fernandes considera o encontro “muito rico e importante para alunos e docentes”. Segundo ele, o evento oferece a possibilidade de conhecer trabalhos que estão sendo desenvolvidos por outras universidades e a chance de “constatar se a Escola está fazendo coisas redundantes, diferentes ou complementares para fortalecer o cenário de pesquisa local”.

Durante o evento, Sérgio também desempenhou o papel de avaliador, dispensando vários minutos a cada pôster analisado. Para ele, não basta apenas fazer a avaliação, “é necessário olhar a oportunidade que o estudante tem de melhorar o trabalho para que ele vire uma publicação”.

O Programa de Iniciação Científica (PIC) ofertado pela Escs é finalizado após a apresentação do trabalho, que é o seu produto. No entanto, o estudante pode dar continuidade à linha de pesquisa, transformando sua abordagem em artigo e submetendo-o a revistas científicas.

Trabalhos da Escs

A ansiedade dos alunos para apresentação dos trabalhos acabou nessa quinta-feira (28), dia dedicado ao tema “Saúde e Vida”. Alguns em grupo ou dupla, outros sozinhos, mas todos com uma enorme vontade de falar sobre sua pesquisa, seus objetivos e os resultados alcançados.

Entre os trabalhos apresentados, está o da dupla de alunos do 4º ano de medicina, Caio Sanches e Beatriz Soares, que tratou sobre “O absenteísmo ambulatorial em um centro de atenção à saúde secundária no DF”.

Durante a pesquisa, eles buscaram entender porque usuários do Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão Arterial (CEDOH) faltavam às consultas marcadas e quais fatores mais influenciavam nessa desistência. Segundo o estudante Caio, “é uma queixa massiva dos profissionais que trabalham lá, e o estudo é para verificar e comparar como isso acontece em outros centros de mesma natureza”.

Os alunos também fizeram um desenho epidemiológico para saber como é composta a população majoritária do CEDOH e, a partir disso, delimitar o público e as razões do não comparecimento às consultas no serviço de saúde. A aluna Beatriz destaca que, no decorrer da pesquisa, eles entraram em contato com todos os pacientes faltosos e os três principais motivos verificados nas conversas para as faltas são “indisposição no dia, esquecimento e problemas relacionados ao trabalho”.

Evidenciando a importância da saúde mental, as alunas do 4º ano de medicina, Isabel Costa Perez e Camille Capibaribe, abordaram o tema “Perfil dos residentes atendidos por um serviço de apoio em saúde mental entre 2019 e 2022”.

De acordo com as alunas, foi feita uma análise de prontuários para conhecer qual o perfil de residentes que busca atendimento de saúde mental, tanto espontaneamente como por encaminhamento.  Segundo Isabel, “foi percebido que o perfil é de um paciente jovem, em média com 26 anos, do sexo feminino, residente multiprofissional e que está no primeiro ano da residência”.

Com a pesquisa, foi constatado que “as principais demandas levadas pelos residentes aos serviços de saúde mental são dificuldades de relacionamento interpessoal ou no próprio programa de residência, como relato de sobrecarga de trabalho”, afirma Camille.

Sobre a qualidade dos trabalhos apresentados este ano, o coordenador de pesquisa destaca que “existem projetos muito bons, principalmente na área de tecnologia em saúde, que está sendo abordada pela primeira vez aqui. Isso é muito interessante, pois traz uma nova interface com quem podemos coversar e discutir”. Para ele, “existem trabalhos com perspectiva de boas publicações e de gerar novas linhas de pesquisa”.

 Cerimônia de premiação

A cerimônia está prevista para o dia 26 de outubro, em lugar ainda a ser definido, para comportar o maior número de pessoas. O tempo entre o Congresso e a premiação será necessário para que todos os projetos sejam avaliados de maneira justa e de acordo com a importância da pesquisa.

Os projetos com melhores notas podem ser indicados para a premiação, ou apenas para uma menção honrosa. Àqueles indicados ao prêmio são encaminhados para avaliadores convidados do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que, de maneira externa ao evento, vão decidir quais trabalhos serão contemplados nas modalidades de bolsas.

Pular para o conteúdo