ESCS/FEPECS realiza projetos voltados ao Maio Laranja

 

Você sabia que o Maio Laranja é uma iniciativa nacional que visa promover a conscientização e enfrentamento ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes? De acordo com os dados da organização (www.maiolaranja.org.br), a cada hora três crianças são abusadas no Brasil. Cerca de 51% têm entre um a cinco anos de idade.

Diante desses dados alarmantes, os alunos do terceiro ano de medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), mantida pela Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (FEPECS) desenvolverão um projeto de extensão curricular do eixo IESC (interação ensino-serviço-comunidade) com orientação da docente de medicina Ana Beatriz Schmitt Silva. Serão realizadas diversas atividades referentes à Campanha Maio Laranja, em conjunto com o Serviço de Orientação Educacional da Escola Classe 410 de Samambaia Sul.   Os objetivos esperados com o projeto serão promover maior visibilidade ao tema e sensibilização da população por meio de ampla discussão sobre o assunto e, sobretudo, prevenção, reconhecimento de situações de risco, identificação da rede de apoio, além dos canais de denúncia de casos de violência.

Inicialmente haverá uma palestra dialogada a ser realizada pelos discentes de medicina da ESCS/FEPECS para o corpo docente da EC 410 de Samambaia e pais de alunos, para apresentação do projeto “Meu corpo, meu tesouro!” A proposta será desenvolvida com os alunos do ensino fundamental 1 da escola. Além das explicações sobre a campanha do Maio Laranja, será alertado sobre o uso abusivo das redes sociais pelas crianças e adolescentes. No Brasil um a três internautas são crianças e adolescentes, sendo que cerca de 33% deles escondem o que estão fazendo na internet. O tempo médio diário das crianças brasileiras na internet varia de 2 a 5 horas por meio de vídeos, mídias sociais e troca de mensagens.

A proposta visa alertar aos pais acerca dos impactos negativos do uso abusivo e sem supervisão dos responsáveis das redes sociais na faixa etária pediátrica, tais como contato com pessoas mal-intencionadas, acesso à conteúdo impróprio para idade, além de afetar o desenvolvimento cerebral e mental e atrapalhar a rotina de sono infantil. Muitas das formas de violência e abuso sexual infantil são realizadas de forma online. Será debatido sobre o papel dos pais, responsáveis e da escola quanto à prevenção da violência online, a necessidade de supervisão e maneiras de utilizar filtros com a criação de perfis em aplicativos específicos para crianças, além do bloqueio por senha de conteúdo impróprio para cada faixa etária. Por fim, será abordada a importância de estimular a autonomia da criança na realização da higiene corporal e íntima, estimulando o senso de autocuidado, autonomia e consciência corporal. Todos os anos, 500 mil crianças e adolescentes são explorados sexualmente no nosso país e há dados que sugerem que somente 7,5% dos cheguem a ser denunciados às autoridades, ou seja, estes números na verdade são muito maiores. No Distrito Federal, no período de 2011 a 2020 foram notificados no Sinan/DF 20.100 casos de violências interpessoais.

O número de notificações em Brasília referentes ao ciclo de vida das crianças é de 6.637 notificações (33,0%), sendo a média de ocorrências entre 2011 e 2020 de 664 notificações ao ano. Na divisão por faixa etária as crianças menores de um ano detêm 12,9% das notificações, crianças com idade de 1 a 4 anos 37,1% e crianças com idade de 5 a 9 anos de idade 50% das notificações de violência. O aumento no total de notificações de violência contra as crianças no Distrito Federal entre 2011 e 2020 foi de 59,8%.Em relação à concepção da educação integral, a educação sexual ou educação em sexualidade engloba uma série de conhecimentos sobre saúde, corpo humano, identidade, sentimentos, bem-estar, consentimento, responsabilidade, autoproteção e tipos de toques que os outros estão autorizados ou não em relação ao corpo da criança e do adolescente, como forma de prevenção à violência sexual.

Para a educação integral, a responsabilidade pela educação sexual de crianças e adolescentes é compartilhada entre famílias e escolas e se mostra como alternativa de fonte mais segura de informações do que a internet ou outros meios afins. Neste quesito, os estudantes de medicina da ESCS/FEPECS, em conjunto com o Serviço de Orientação Educacional da Escola Classe 401 de Samambaia promoverão atividades lúdicas ao longo do mês de maio para todos os alunos do ensino fundamental 1, com a temática “Meu corpo, meu tesouro” com a finalidade de autoconhecimento e prevenção da violência sexual em crianças.

As atividades lúdicas serão ajustadas para cada faixa etária e grau de maturidade da criança. As práticas ocorrerão por meio de contação de histórias, teatro com fantoches, desenhos, gincana com jogos educativos e construção em conjunto de um corpo humano para sinalizar a importância do respeito e autoproteção e identificação dos tipos de toques que outras pessoas estão autorizadas ou não em relação ao corpo da criança, além da identificação da rede de apoio das crianças.

Para maiores informações sobre o projeto e parceria para a iniciativa Maio Laranja basta entrar em contato com a docente de medicina da ESCS/FEPECS, Ana Beatriz, pelo email: ana.beatriz@escs.edu.br

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