Escs inova em projeto de extensão no curso de medicina e Libras passa a constar na grade curricular

A iniciativa visa oferecer atendimento mais humanizado a pacientes com deficiência auditiva

Natalia Oliveira, da Fepecs

Alunos da 4ª série do curso de medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde (Escs) estão vivenciando uma experiência inovadora, que promete humanizar o atendimento a pacientes com deficiência auditiva nos cenários de ensino. A partir de uma nova diretriz curricular, o projeto de extensão do curso passou a oferecer a Língua Brasileira de Sinais (Libras) aplicada à saúde dentro do eixo “Habilidades e Atitudes”; uma forma de conscientizar futuros médicos a terem um olhar voltado às necessidades de minorias.

Em parceria com o Instituto Federal de Brasília (IFB), que disponibiliza o espaço e um docente especializado em Libras, a Escola dividiu dois grupos de 42 estudantes cada, que, ao longo do primeiro semestre tiveram carga horária de 60h com atividades teórico-práticas, divididas entre vídeos explicativos sobre o assunto e teatralização, momento em que os alunos podem simular e treinar o atendimento ao paciente com deficiência auditiva.

Para finalizar a primeira etapa do projeto antes do recesso, durante dois dias desta semana (dias 4 e 5) os alunos tiveram aulas práticas e teóricas no auditório e no laboratório morfofuncional da Escs, onde aprenderam novas maneiras de lidar com os pacientes e abordar as dificuldades enfrentadas por eles ao chegarem num ambiente em que não são entendidos.

A coordenadora da 4ª série do curso, Adriana Graziano foi a responsável por apresentar o projeto aos alunos e explicar a importância desse tipo de atendimento inclusivo. “Acolhimento de minoria deve ser para todos que estão em alguma situação vitimizada de minoria, e o paciente que tem deficiência auditiva está inserido nesses grupos”, ressalta.

Acostumada a lidar com diversos contextos, Adriana acredita que “é cada vez maior a necessidade de voltar o olhar para o paciente com deficiência e acolhê-lo, pois o paciente que não é entendido não tem o tratamento adequado”.

Com a dupla missão, sendo instituição de ensino e saúde, a Escola tenta adequar a formação de futuros médicos às necessidades gerais da comunidade e fazê-los entender que a escuta ativa, seja ela de forma tradicional, ou por meio da linguagem de sinais, é uma das maneiras mais eficazes de oferecer um tratamento digno ao paciente.

Ao final do projeto de extensão, em setembro, os alunos vão apresentar um produto final, consolidando todo aprendizado adquirido durante o período. A conclusão das aulas será marcada pela troca de experiências partilhadas e pela entrega de melhores profissionais à população do Distrito Federal.

Sobre a intenção do projeto, emocionada, a docente conclui que “o objetivo é ter profissionais que entendam melhor esses pacientes, os acolham de forma mais efetiva e humanizada quando estiverem à frente do atendimento e, além de tudo, se tornem pessoas melhores”.

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