O encontro ocorreu entre 10 e 22 de julho e reuniu pesquisadores de 32 países
Natalia Oliveira, da Fepecs
A Escola Superior de Ciências da Saúde (Escs) foi representada em um evento internacional em São Paulo, no último mês, pelo docente e pesquisador Luciano de Paula Camilo. O curso “São Paulo School of Advanced Sciences on Epidemic Preparedness” ocorreu no período de 10 a 22 de julho na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP), e reuniu pesquisadores de 32 países.
Após um ano de planejamento, instituições de pesquisa paulistanas lançaram edital a fim de selecionar pesquisadores de diversas áreas de atuação para discutir formas de enfrentamento de epidemias. O processo seletivo não foi restrito à área da saúde, pois a ideia era justamente envolver inúmeros atores e promover diálogos interdisciplinares, além de atividades práticas.
No início de maio, Luciano recebeu a notícia de que estava entre os 50 pesquisadores brasileiros selecionados para o curso. A organização do evento recebeu mais de mil inscrições e teve dificuldade em escolher os candidatos, tendo em vista a qualidade dos currículos recebidos. Além desse grupo, também foram contemplados outros 50 pesquisadores estrangeiros.
Sobre ter sido escolhido entre tantos concorrentes, Luciano destaca que foi surpreendente, mas “ao mesmo tempo é fruto de um trabalho duro, construído ao longo dos anos e com muito esforço”.
O curso
Concentrados em São Paulo durante duas semanas, Luciano conta que a equipe viveu “uma verdadeira imersão”. Na primeira semana, as aulas aconteceram de segunda a sábado nos períodos matutino e vespertino, com professores renomados nacional e internacionalmente.
Já na segunda semana, as aulas eram concentradas no período matutino. As tardes foram reservadas para participar de salas de situação, com simulações de epidemias. “O objetivo dessas salas de situação foi apresentar aos pesquisadores os desafios de estruturar uma resposta de emergência em nível local, incluindo a sociedade, e trabalhar na coordenação eficaz de programas em todos os níveis governamentais. Cada grupo discutiu o contexto epidêmico, as estratégias e os preparativos para os eventos publicados todos os dias”, esclarece.
Ao final do curso, cada grupo apresentou o produto das experiências vividas, de forma que os demais participantes também pudessem ampliar seus olhares para situações novas e maneiras de agir sob pressão.
Aplicação na carreira
O conhecimento adquirido durante o período será aplicado na carreira de docente e também como pesquisador, já que suas áreas de atuação são a comunicação científica e a epidemiologia. O enfrentamento da pandemia de covid-19 despertou a importância de tratar antecipadamente diversas questões sanitárias que podem, inclusive, sobrecarregar novamente o sistema público de saúde.
“Durante a pandemia vimos o potencial que temos de trabalho, e eu, como pesquisador, posso contribuir tanto na parte de quem atua com vigilância em saúde, quanto na parte de comunicação científica”, ressalta.
A experiência do docente também é uma oportunidade de firmar parcerias com instituições públicas e privadas “para buscar uma preparação mais adequada ao enfrentamento não só de epidemias, mas os agravos que acometem a população de Brasília de forma geral” finaliza Luciano.
Além disso, o treinamento recebido servirá às atividades futuramente desenvolvidas no laboratório de saúde digital, que está sendo montado pela Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs).